A empresária Cleide Della Motta tem 70 anos e há 46 está à frente da Cleide Noivas, em Ribeirão Preto. Já viu um pouco de tudo no mercado de casamentos, mas nada que se compare à pandemia, que durante dois anos cancelou eventos, causando uma situação difícil para as empresas do setor, como a dela.
“Agora o comércio voltou com tudo, as festas, os casamentos… Os clientes chegam na loja com alto astral, mas nessa pandemia a gente ficou muito entristecido”, conta a comerciante.
Sua filha caçula, a estilista Ana Paula Dell Motta Dias, 37, percebeu que as mudanças poderiam ser positivas para o negócio, facilitando a abertura e aceitação de novas tendências tecnológicas não só por parte da equipe, mas também pelos consumidores.
“As clientes começaram a nos procurar pelas redes sociais e a fazer contato pelo Whatsapp para perguntar sobre vestidos. Durante a pandemia, esses caminhos se abriram”, relata a estilista.
Deu tão certo que, desde então, a maior parte dos contatos iniciais passou a ser feita por mensagens por aplicativos. “Enviamos fotos dos modelos, tiramos dúvidas”, explica Ana Paula.
Ano que vem, a estilista pretende lançar a própria loja para venda de vestidos de noiva 100% virtual. “No caso da locação é mais artesanal: precisamos alinhavar, alfinetar para fazer os ajustes. Não acho viável pela internet. Mas para venda é um segmento interessante”, avalia a estilista.
Experiente, Cleide sabe que o negócio da filha tem potencial. “A venda digital pega outro público, sai de Ribeirão e alcança o Brasil todo”, pondera. A filha empreendedora também aposta no alcance e na escala do comércio on-line. “A internet traz para a gente um perfil muito democrático. Percebemos que vamos atender todo tipo de cliente, daquela que já sabe o que quer e a numeração, até quem não faz ideia do que busca nem as medidas”.
