Construção de viadutos na avenida Brasil teve início há dois anos; obra no cruzamento com a Mogiana está parada pela segunda vez
Iniciadas há dois anos, as obras do programa Ribeirão Mobilidade na avenida Brasil têm sido um verdadeiro imbróglio para os comerciantes da zona norte. As melhorias envolvem a construção dois viadutos: um no cruzamento com a avenida Thomaz Alberto Whatelly e outro sobre a Mogiana.
O viaduto da Thomaz Alberto teve a primeira licitação rescindida. A segunda empresa contratada segue tocando o serviço que, segundo a Prefeitura, está 90% concluído e será finalizado ainda este mês.
Já o outro dispositivo, na avenida Mogiana, segue dando dor de cabeça e não tem previsão de término.
A obra está paralisada desde setembro e pela segunda vez. Os trabalhos já haviam sido interrompidos no primeiro semestre de 2021. Na época, ficaram suspensos durante dez meses após o município alegar quebra de contrato.
Uma nova licitação foi feita em abril deste ano, mas a Prefeitura considerou abandono dos trabalhos por parte da vencedora e cancelou o processo.
O terceiro edital de contratação estava previsto para o final de outubro, mas até o fechamento desta edição não havia sido publicado no Diário Oficial.
ACIRP em ação
No mês de setembro, a Associação Comercial e Industrial (Acirp) solicitou ao Poder Público uma flexibilização no trânsito local para, ao menos, viabilizar o acesso ao comércio da área, bastante atingido pelo estrangulamento da obra e pelos sucessivos fechamentos durante o período de pandemia.
A entidade também cobrou mais celeridade diante dos prejuízos acumulados pelos comerciantes da região, que viram seu público despencar em até 50% devido à falta de acesso e más condições das vias.
Éder John Mialich, 55 anos, diretor comercial dos Supermercados Mialich e diretor da Acirp, não discorda que toda melhoria seja bem-vinda, mas diz que a situação está insustentável.
“Sei que melhorar pode até trazer alguns transtornos, mas os que ocorreram na nossa região, com o atraso na conclusão das obras por problemas com os contratados e problemas de licitação, causaram e continuam causando prejuízos às empresas e aos moradores”, reclama.
O comerciante conta que parte da frente de seu estabelecimento localizado no cruzamento das avenidas Mogiana e Brasil foi ‘perdida’ devido ao projeto de alargamento da via e o prazo dado pelo poder público para adequação foi o imóvel foi dezembro de 2020.
“Em nosso caso, fomos muito prejudicados financeiramente por essa situação de atraso das obras e nosso esforço de cumprir o prazo acabou sendo em vão”, diz.
Mialich torce e está na expectativa para que a situação chegue ao fim, pois sabe que as reformas trarão melhorias, como a facilidade e agilidade de tráfego e mais segurança com a nova iluminação. “Teremos um maior fluxo de pessoas pelo local, o que com certeza vai fomentar o comércio”, aponta.