Fim das obras de trânsito e retorno de alunos à Universidade dão respaldo para funcionamento de bares e restaurantes, mas falta eficiência para o tráfego de pessoas e veículos
“
“A avenida do Café já nasceu com nome perfeito para se tornar um corredor gastronômico”, brinca Carlos Ferreira, gestor de Marketing e Relações Institucionais da Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (Acirp). Na sessão de 13 de dezembro, os vereadores aprovaram um projeto de lei que coloca a via como “Corredor Gastronômico Cultural” do município. A proposta agora vai para sanção do executivo. Se aprovada, deve permitir a criação de uma associação para ações promocionais da região.
Levantamento recente da Acirp mostra que a avenida e seu entorno concentram ao menos 72 restaurantes e estabelecimentos de serviços de alimentação e bebidas. Destes, 20 foram abertos no auge da pandemia (nove em 2019 e 11 em 2020).
Os dados foram compilados pelo Instituto de Economia Maurílio Biagi da Acirp com base no código de função declarado pelas empresas cadastradas no segmento.
O crescimento é atribuído ao fato de a avenida ter sido uma das primeiras onde as obras do programa Ribeirão Mobilidade foram concluídas, enquanto em outros pontos da cidade o fim das intervenções ainda tem data incerta.
A reforma foi entregue em dezembro do ano passado e a charmosa via de 3,2 quilômetros ganhou ciclovia e corredor de ônibus, ambos ligando o terminal Evangelina de Carvalho Passig, ao lado da Rodoviária, à Universidade de São Paulo (USP).
Em contrapartida, perdeu muitas das suas vagas de estacionamento, também deixando os empresários locais sem espaço para carga e descarga. Rodrigo Silveira, 44 anos, sócio-fundador da Cervejaria Invicta, instalada no número 1881, diz que cruzar a avenida de carro se tornou um desafio.
“Perdemos todos os estacionamentos, dificultando para público chegar até nossos estabelecimentos. Só tem um retorno lá na USP e não tem travessia. Quem fez o projeto nunca deve ter vindo aqui ou não frequenta a área”, reclama.
A adequação do tráfego de pessoas e veículos, para ele, é uma medida necessária e urgente, que precisa ser solucionada caso a cidade queira, de fato, consolidar ali um novo ponto de turismo gastronômico.
Silveira atribui o desenvolvimento da região ao retorno das aulas presenciais na Universidade, uma vez que boa parte dos estudantes permaneceu em suas cidades de origem durante a fase de estudos remotos. “Quem está migrando para cá é por causa da oportunidade de negócios gerada pela volta das aulas”, analisa o cervejeiro.